O Nordeste brasileiro lidera a produção de camarão no país e transformou o crustáceo em um verdadeiro símbolo da culinária regional. Com forte tradição cultural e peso econômico crescente, a carcinicultura se destaca como uma das atividades mais estratégicas do litoral nordestino.
O Brasil produz, em média, cerca de 90 mil toneladas de camarão por ano, sendo mais de 95% desse volume proveniente da região Nordeste, de acordo com dados da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC).
As principais regiões produtoras são:
Rio Grande do Norte: maior produtor do país, com destaque para municípios como Canguaretama, Pendências, Areia Branca e Mossoró.
Ceará: segundo maior produtor nacional, com polos importantes em Aracati, Cascavel e Acaraú.
Bahia: em expansão, especialmente no Recôncavo Baiano e no litoral norte.
Pernambuco e Paraíba também apresentam crescimento na atividade, com empreendimentos de médio porte e forte presença de cooperativas.
O camarão branco (Litopenaeus vannamei) é a espécie dominante na carcinicultura brasileira, devido à sua alta taxa de crescimento, resistência a doenças e aceitação no mercado nacional e internacional.
Ao mesmo tempo, o mercado de criação e venda de camarão no Brasil movimenta bilhões de reais por ano e emprega milhares de pessoas, direta e indiretamente. Com forte presença no mercado interno – especialmente no eixo Norte-Nordeste e Sudeste – o camarão cultivado é vendido tanto em feiras livres quanto em grandes redes de supermercados.
Nos últimos anos, o camarão brasileiro também vem ganhando espaço no mercado de exportação, com destaque para países como EUA, França, Espanha e China. As exigências sanitárias e de sustentabilidade impulsionaram investimentos em tecnologia, manejo ambiental e certificações.
Dessa forma, a produção em viveiros, geralmente em áreas costeiras, vem sendo cada vez mais profissionalizada. Novas técnicas de bioflocos, automação e uso racional da água tornam a produção mais eficiente e ambientalmente adequada.
Assim, se o camarão movimenta a economia, ele também reina absoluto na mesa do nordestino. Pratos como o bobó de camarão, moqueca, escondidinho, camarão ao alho e óleo, entre tantos outros, fazem parte da identidade cultural e da memória afetiva da região.
Com o turismo em alta, restaurantes à beira-mar e festivais gastronômicos ajudam a fortalecer a imagem do Nordeste como a terra do camarão, atraindo visitantes que buscam uma experiência culinária única.
Dessa forma, o crustáceo virou, com o tempo, sinônimo de Nordeste brasileiro. Isso se deve à abundância natural, ao crescimento da produção em cativeiro e, principalmente, ao protagonismo do ingrediente na gastronomia regional.
Assim, hoje, dizer “camarão” no Brasil é quase automaticamente pensar no Nordeste – uma associação construída pelo trabalho de milhares de produtores, pescadores, chefs e comunidades que fazem do camarão um verdadeiro embaixador do sabor nordestino.
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