A região prevê a ampliação da produção em nova safra de cana
A consultoria StoneX prevê que o volume processado pelas usinas do Norte e Nordeste será de 53,6 milhões de toneladas nesta safra. A produção estimada será maior que a das duas temporadas anteriores, que fecharam em pouco mais do que 47 milhões de toneladas.
O cenário climático favorável, sustenta a expectativa de uma safra maior. “As chuvas vinham abaixo da média nos últimos meses e se recuperaram em agosto e setembro. As perspectivas são positivas para as chuvas ao longo da safra”, disse Marina Malzoni, analista de açúcar e etanol da StoneX. A consultoria acredita, porém, que as mesmas precipitações devem reduzir em 1,1% o teor de sacarose na cana, a 130,3 quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana. Já as usinas esperam um aumento no ATR.
A princípio, a maior parte da cana deve mais uma vez ser direcionada à produção de etanol, com poucas diferenças em relação à temporada passada, ainda que o mix possa mudar, a depender de alterações nos contextos dos mercados de açúcar e etanol. Malzoni afirma que, no momento, o etanol anidro em Pernambuco está oferecendo uma remuneração 4,6% maior do que a do açúcar, o que pode favorecer uma safra mais alcooleira.
Tanto as usinas como a consultoria estimam que a produção de etanol anidro das regiões Norte e Nordeste deve alcançar 1,05 bilhão de litros, volume 9% superior ao da temporada passada, diante do aumento do consumo de gasolina, o que demanda mais aditivo. Porém, a oferta ainda não deverá ser suficiente para atender a demanda regional, e isso deverá gerar fluxos de importação.
Em reuniões recentes com o governo, o setor de distribuição calculou que, para atender a demanda esperada para o intervalo entre outubro e março, quando acaba a safra sucroenergética do Centro-Sul, e ainda garantir estoque para o consumo de abril do ano que vem, será necessário importar 600 milhões de litros de etanol anidro no período.
De acordo com a StoneX, os preços dos contratos futuros de etanol na bolsa de Chicago já indicam que a janela de importação do biocombustível para o Nordeste estará aberta entre novembro deste ano e maio de 2022, a despeito do aumento dos custos do frete marítimo e da desvalorização do real. Essa perspectiva de importações deve-se à quebra de safra no Centro-Sul ocorrida neste ano e ao fato de a oferta dos Estados Unidos estar em níveis competitivos, afirma a analista.
No Norte e no Nordeste, a produção de etanol hidratado deve chegar a pouco mais de 1,1 bilhão de litros, volume ligeiramente menor que o da temporada passada, calcula a associação. Para a produção de açúcar, a estimativa da StoneX é de 3,1 milhões de toneladas. Na safra passada, o volume foi de 3 milhões de toneladas.
DATAGRO
Levantamento da DATAGRO, mostrou que o volume de cana processado na região, na segunda quinzena de setembro, foi 17% superior ao do mesmo período do ano passado. No acumulado da safra 2021/22, o avanço foi de 8,6% na comparação com a temporada anterior. Já o mix para a produção de açúcar ficou 1,7 ponto percentual acima do mix verificado há um ano e a produção total de açúcar registrou alta de 13,5% no acumulado até 30 de setembro, segundo a consultoria.
FONTE: JORNAL DA CANA