O ano de 2024 foi sem dúvida marcado por temperaturas extremas e eventos climáticos intensos no Brasil. E o Nordeste não ficou de fora desse cenário. Depois da região Norte, os nordestinos foram os que mais foram afetados por calor, com dias consecutivos de temperaturas próximas aos 40°C em várias cidades. Entre os estados mais impactados, o Ceará se destacou, mas outros dois estados nordestinos também enfrentaram desafios significativos.
Ceará: Um exemplo do aumento do calor
Uma pesquisa recente da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) revelou uma tendência alarmante: nos últimos 60 anos, até 2023, a temperatura no Ceará aumentou 1,8°C, valor superior à média global de 2024. A princípio, esse aquecimento acelerado tem impactado diretamente a vida da população, a agricultura e os ecossistemas locais.
Além disso, 2024 foi o ano em que pesquisadores identificaram, pela primeira vez, a existência de um clima árido no Brasil, semelhante ao de desertos. Essa área, que abrange quase 6 mil km² no centro-norte da Bahia, é um reflexo das mudanças climáticas e da intensificação do calor na região.
Impactos do Calor Extremo no Brasil
As altas temperaturas registradas em 2024 tiveram consequências graves em todo o país. Confira alguns dos principais impactos:
- Seca histórica: O Brasil viveu a pior seca de sua história, que afetou principalmente o Norte, mas também o Nordeste. Rios secaram, populações ficaram isoladas e o acesso a serviços básicos foi comprometido.
- Queimadas recordes: Mais de 30 milhões de hectares queimaram em 2024, uma área quase do tamanho da Itália. O fogo, embora muitas vezes iniciado por ação humana, foi amplificado pela falta de umidade e pelas altas temperaturas.
- Dengue em alta: A princípio, o calor favoreceu a proliferação do mosquito Aedes aegypti, resultando em mais de 6 milhões de casos de dengue no país.
O calor extremo atingiu 150 dias no Nordeste no ano passado.
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Estados Mais Afetados pelo Calor
Embora o calor tenha atingido todo o Brasil, alguns estados sofreram mais do que outros. Entre os mais impactados estão:
Estado | Principais Impactos |
---|---|
Pará | Maior número de focos de incêndio e líder em desmatamento na Amazônia. |
Ceará | Aumento de 1,8°C na temperatura média nos últimos 60 anos. |
Bahia | Identificação de clima árido em uma área de 6 mil km² no centro-norte do estado. |
Tocantins | Altas temperaturas e seca extrema. |
Minas Gerais | Impactos na agricultura e aumento de queimadas. |
Alagoas | Temperaturas próximas a 40°C e desafios para a população. |
Mato Grosso | Queimadas e redução da umidade. |
Mato Grosso do Sul | Seca e impactos no Pantanal. |
São Paulo | Bloqueio atmosférico reduziu chuvas e aumentou a exposição ao sol. |
Maranhão | Combinação de seca e altas temperaturas. |
Fatores que Contribuíram para o Calor
Vários fatores explicam o cenário de calor extremo no Brasil em 2024:
- El Niño: O fenômeno impulsionou o aquecimento em todo o país e alterou os padrões de chuva, impactando especialmente a região Norte.
- Bloqueio atmosférico: No Centro-Sul, a falta de chuvas e a redução de nuvens deixaram as cidades mais expostas ao sol.
- Ações humanas: Desmatamento e queimadas agravaram o calor em várias regiões, especialmente no Pará, que lidera o índice de desmatamento da Amazônia.
Conclusão
O ano de 2024 foi um alerta para os efeitos das mudanças climáticas no Brasil. O Nordeste, especialmente estados como Ceará e Bahia, enfrentou desafios significativos, desde o aumento das temperaturas até a identificação de um clima árido.
Assim, a situação exige ações coordenadas entre governos, sociedade e setor privado para mitigar os impactos do calor extremo e garantir um futuro mais sustentável para todas as regiões do país.
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