A Rota do Imperador é uma nova opção de turismo em Sergipe. Primeiramente, o passeio é realizado a bordo de um catamarã que navega pelo Rio São Francisco, começando em Santana do São Francisco e passando por Neópolis, ambas cidades sergipanas, até chegar em Penedo, no estado de Alagoas.
Rota combina natureza, lazer, cultura e história do Brasil Imperial
A princípio, essa rota turística foi inspirada na expedição histórica realizada em 14 de outubro de 1859 por Dom Pedro II, o último imperador do Brasil. O historiador Luiz Monteiro, vestido com roupas de época, assume o papel do ‘Imperador do São Francisco’, oferecendo aos passageiros uma narrativa divertida e informativa sobre a viagem.
O passeio, que dura cerca de cinco horas e meia, proporciona uma bela vista das águas esverdeadas do São Francisco e revela a exuberância das paisagens naturais, incluindo uma flora preservada. “A Rota do Imperador é uma nova atração turística que enriquece ainda mais o turismo em Sergipe, fortalecendo a região do Baixo São Francisco”, comenta o secretário de Turismo de Sergipe, Marcos Franco.
Segundo Daniela Mesquita, secretária executiva da Setur, a Rota do Imperador é uma oportunidade para os turistas explorarem a região do Baixo São Francisco, conhecendo suas belezas naturais, cultura e tradições. “Os visitantes têm a chance de descobrir a rica história e a cultura do povo sergipano, especialmente desta região tão emblemática. Ter o Rio São Francisco como parte de nosso território é um privilégio que já foi retratado em diversas novelas e séries”, destaca.
Detalhes do Roteiro
A empresária Tânia Cristina Nascimento Melo, conhecida como Cris Melo, é a mente por trás da Rota do Imperador. Ela explica que a criação desse produto turístico, há cinco anos, foi cuidadosamente planejada para explorar tanto o contexto histórico quanto as riquezas naturais do Rio São Francisco e das cidades por onde o passeio passa. “Pensamos em todos os detalhes ao desenvolver a Rota do Imperador, desde a construção do catamarã, que acomoda 120 pessoas e está equipado com banheiros, sistema de som e cozinha, até a escolha do itinerário, que culmina na Ilha do Imperador, em território alagoano”, explica.
O embarque acontece em Santana do São Francisco, localizada a 113 quilômetros de Aracaju. O primeiro destino é a cidade de Neópolis, antiga Vila Nova do Santo Antônio do São Francisco, onde o catamarã faz uma parada na reserva ambiental Morro do Aracaré, local que serviu de base para o primeiro forte sob comando de Maurício de Nassau e as tropas holandesas no século XVI. Nesse ponto, é feito um apelo pela preservação do Rio São Francisco.
Itinerário do passeio
O passeio segue para Penedo, em Alagoas, onde Dom Pedro II se hospedou. Nessa parada, os turistas desembarcam para um city tour que inclui visitas a pontos históricos, como a Igreja Nossa Senhora do Rosário da Corrente, a mais antiga da cidade, e o Paço Imperial, onde a família real ficou hospedada e onde hoje funciona uma pousada. A visita termina na Casa do Artesanato de Penedo.
A última parada do passeio é na Croa do Rio Belo, também em Penedo, na Ilha do Imperador, onde os turistas podem tomar banho no rio e desfrutar de um almoço com pratos típicos à base de peixes e mariscos. É uma experiência gastronômica e relaxante.
Turismo Náutico na Região
Genilson Aragão, secretário de Turismo de Santana do São Francisco, considera a Rota do Imperador um novo e importante destino de turismo náutico em Sergipe. Embora o roteiro inclua Sergipe e Alagoas, ele destaca que é uma rota genuinamente sergipana, com embarque e desembarque na ‘Capital Sergipana do Artesanato de Cerâmica’. “É um roteiro que todo sergipano deveria conhecer, pois combina cultura, arte e lazer, além de fortalecer o turismo comunitário”, afirma.
Aragão acredita que a Rota do Imperador é um valioso acréscimo ao turismo local, ajudando a consolidar Santana do São Francisco como um dos principais destinos turísticos do estado. “Nosso objetivo é investir nesse roteiro, que é extremamente significativo para o desenvolvimento econômico da região”, enfatiza.
Para o historiador Luiz Monteiro, interpretar Dom Pedro II durante o passeio é mais do que apenas contar uma história; é uma experiência emocionante que envolve grande responsabilidade. “Dom Pedro II foi um imperador magnânimo, mas muitas vezes é esquecido ou confundido com seu pai, Dom Pedro I. Atuar nessa rota é uma realização pessoal”, destaca.
Experiência Inesquecível nas aguas do São Francisco
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João e Creusa Santiago, de Praia Grande, São Paulo, visitaram Sergipe pela primeira vez e ficaram encantados com a Rota do Imperador. “Vimos um vídeo sobre o passeio no hotel em que estamos hospedados em Aracaju e decidimos experimentar. Foi uma experiência incrível! Recomendo a todos. Além do contato com a natureza, a narrativa da história do Imperador é emocionante”, comenta Creusa.
Maria Josefina Cruz dos Santos, de Neópolis, e seu neto Juarez, de 18 anos, também participaram do passeio. Convidados devido à popularidade em uma rede social, eles adoraram a experiência e planejam repetir o passeio em breve.
O jornalista Fábio Morais, de Porto Velho, Rondônia, também visitou a Rota do Imperador com sua família. A princípio, ele descreveu o passeio como uma experiência única. “De todos os passeios que já fiz, este foi o mais surpreendente. Nunca vivi algo parecido, onde me senti parte da História. Com certeza, ficará na minha memória”, diz.
Projeto de Lei para formalizar a Rota do Imperador
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O Projeto de Lei 1512/24, proposto pelo deputado Nitinho Vitale (PSD-SE) e relatado por Gabriel Nunes (PSD-BA), busca criar a Rota Turística do Imperador, que abrange os municípios de Santana do São Francisco e Neópolis, em Sergipe, e Penedo, em Alagoas.
De acordo com Nitinho, a iniciativa integrará cultura e natureza, além de fortalecer o turismo no Nordeste com apoio de programas oficiais. Gabriel Nunes ressaltou que a proposta poderá estimular a demanda turística e trazer benefícios socioeconômicos para a região. Contudo, o projeto tramita de forma conclusiva e será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, antes de seguir para o Senado.
Ao mesmo tempo, Nunes também obteve aprovação para o Projeto de Lei 1221/24, que adiciona a Chapada Diamantina à Rota Nacional do Turismo, com potencial para gerar emprego e renda em uma área que abrange 24 municípios.
Informações Gerais
A Rota do Imperador custa R$ 170 por pessoa. Ao mesmo tempo, o custo inclui almoço e música ao vivo a bordo. Contudo, o passeio não possui dias específicos e ocorre mediante agendamento para grupos de, no mínimo, 20 pessoas. Contudo, o catamarã tem capacidade para até 120 passageiros. Além disso, não pode levar cooler, isopor ou bolsa térmica com água e bebidas para a embarcação.