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“Queremos ter a melhor qualidade de serviços”, diz diretor da Tim Nordeste

Baiano de Salvador, o diretor da TIM Nordeste, Fábio Reis, tem o desafio de comandar a empresa nos nove estados da região e fortalecer a companhia. Apesar dos impactos gerados pela pandemia, ele diz que o período de isolamento social serviu para alavancar a utilização dos serviços de telecomunicação, levando a antecipar em alguns anos “os investimentos que a gente faria lá na frente”. “Conseguimos deixar todo mundo conectado e produzindo”, comemora. Nessa entrevista exclusiva ao A TARDE, Fábio Reis diz que “não estamos na briga de ‘gigas’, queremos ter a melhor qualidade de serviços”. De acordo com ele, “a meta é cobrir todas as cidades do Brasil com cobertura 4G até 2023” e arremata, falando da expectativa para a chegada da tecnologia 5G.

Qual o tamanho da TIM hoje na Bahia? Qual o tamanho da participação da companhia no estado?

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A gente tem 25% de market share, o que dá em torno de dois milhões e meio de clientes. Então é uma base extremamente relevante, uma base estratégica, e que a gente vai cuidar cada vez melhor dessa nossa base na Bahia.

Você está agora à frente da região Nordeste, com o desafio de impulsionar e alavancar a TIM nos nove estados que compõem a região. Qual é o diagnóstico que você faz do setor?

Hoje a TIM Nordeste é uma área extremamente estratégica para a TIM Brasil. Porque o Nordeste hoje, área 10, principalmente a área de Pernambuco para cima, foi proveniente da banda A. Então é uma área, uma regional extremamente importante para a TIM. Hoje a gente tem a maior responsabilidade de pré-pago do Brasil. Então a gente vai atacar e vai trabalhar a região em três pilares. Estamos falando da abertura de novas lojas, hoje temos 105 lojas na Bahia e um plano forte de expansão para o ano 2021. A gente tem a possibilidade e o planejamento de abrir mais 65 lojas, basicamente no interior. A gente sabe o tamanho e a importância da Bahia. Eu fico falando aqui com os nossos diretores sobre o tamanho da Bahia. Aqui cabem praticamente duas Itálias. Então, a TIM é uma empresa italiana, mas o Brasil é um país de dimensões continentais. Então a gente precisa realmente é cuidar dessa área. Temos um projeto muito grande de expansão de lojas, muito grande de expansão de cobertura, e trazendo sempre inovações e ofertas diferenciadas para o nosso cliente.

Existem muitos gargalos no Brasil, seja no setor de logística, de infraestrutura, ou ainda no setor de telecomunicações. Que tipo de gargalos impedem hoje a TIM e as outras operadoras a avançar no mercado e prestar um melhor serviço à população?

Na verdade, hoje aqui no Nordeste a gente tem tido um apoio muito grande. O projeto que eu vim executar foi um projeto realmente de expansão. E a gente tem alguns acordos com os quais temos tido um êxito muito forte de crescimento. Então, todo o plano que a gente tinha preparado para implementar foi suspenso um pouco por causa da pandemia, que é um fator externo inerente a todos, mas agora a gente já está voltando a colocar em prática o nosso plano de expansão. E até o momento a gente tem conseguido executar de uma forma exemplar o que planejamos fazer.

Estamos ainda no meio de uma pandemia e vivemos momentos de isolamento social, o que levou a uma maior utilização da tecnologia, da internet e da telefonia, como uma das principais formas de comunicação no país. Na sua avaliação, que tipo de impacto a pandemia teve sobre o setor de telecomunicação?

A pandemia, como você falou bem, veio mudar alguns hábitos. Então, telecomunicações passaram a ter uma importância ainda maior. Imagina se essa pandemia fosse há cinco, dez anos atrás, quando não tinha o 4G. A gente não estaria fazendo essa videoconferência aqui. A gente não teria aula online. Então a gente percebeu que no nosso setor a pandemia veio alavancar a utilização dos serviços de telecomunicação. Então você vê que a banda larga foi mais utilizada, o acesso a dados foi cada vez mais utilizado. E a gente já vinha se preparando para que aumentasse a capacidade, botamos todo mundo na rua, a equipe inteira trabalhou o tempo todo para que a gente não tivesse nenhum problema nessa pandemia. E graças a Deus a gente conseguiu com êxito. Então a gente conseguiu com que as pessoas se conectassem, que as pessoas conectassem as suas famílias, que conseguissem fazer as videoconferências de trabalho, que conseguissem ter aula online. Então só veio reforçar realmente a importância do nosso setor no meio dessa pandemia.

Muitos setores foram impactados e praticamente paralisaram ao longo de quase sete meses. Na contramão desse cenário, a TIM intensificou o ritmo de trabalho justamente para atender a essa demanda crescente, tendo antecipado investimentos no setor. Como se deu esse processo?

Bom, a gente percebeu uma mudança forte para banda larga fixa. Então tivemos um crescimento no Live, que é o nosso serviço de banda larga fixa, exponencial. Teve a mudança de utilização do móvel que é perceptível, que o cliente usava nos centros comerciais, e ficou claro que todo mundo passou a usar em casa, usando o celular inclusive para rotear outros equipamentos e fazer a utilização. A gente percebeu realmente uma mudança da forma de utilização. Então com o cliente usando mais a ultra banda larga, usando mais o celular em residências, você viu claramente que a utilização em áreas comerciais diminuiu e utilização em áreas residenciais aumentou muito.

Algum projeto ou alguma área de vocês teve impacto e chegou a paralisar as atividades no período de isolamento social?

Não, não. Pelo contrário. Rapidamente a gente conseguiu transformar todas as nossas atividades em atividades remotas. Então, em pouco tempo, 100% da empresa, inclusive o call center, estava trabalhando de forma remota. E aí a gente fala muito aqui dentro que isso é ancoragem digital. A pandemia antecipou em alguns anos os investimentos que a gente faria lá na frente, a gente teve que fazer agora. E mostrou que é possível, mostrou que a produtividade não caiu, mostrou que a gente conseguiu fazer uma migração em tempo recorde e conseguimos deixar todo mundo conectado e produzindo. A produtividade continuou a mesma. Inclusive, a gente fez algumas pesquisas internas já preparando para o retorno e 98% dos nossos funcionários querem ter pelo menos um dia de home office quando voltarmos ao novo normal. Isso mostra realmente que a gente agiu de forma rápida, não teve paralisação em nenhuma atividade, e que veio para ficar. A gente tem que olhar de forma diferente para quando a gente voltar para esse novo normal.

Há muitas queixas, sobretudo no interior da Bahia, sobre a baixa qualidade dos serviços que são prestados pelas mais diversas operadoras. Que avaliação você faz dessa realidade no estado, já que vocês detêm 25% do mercado local?

Então, a gente tem um plano de expansão forte. A gente se preocupa muito com a qualidade dos nossos serviços. Ontem divulgamos o resultado do mercado e o nosso presidente Pietro [Labriola] reforçou que não estamos aqui na briga de “gigas”, queremos ter a melhor qualidade de serviços. Então, a gente está investindo no aumento de cobertura, a gente está investindo em novos serviços, a gente está investindo em novas lojas. Para que realmente a gente consiga cada vez mais trazer e ter um atendimento de excelência ao nosso cliente.

Quais áreas você considera mais delicadas para um processo de expansão da TIM na Bahia?

Então, são 417 municípios. A gente está presente em 208 deles, cobre 87% da população urbana, e o desafio é crescer. Não tem hoje nenhum direcionamento de município mais crítico ou mais privilegiado. A gente tem um plano de expansão que cobre o investimento de R$ 12,5 bilhões no triênio de 2019 a 2021, com um processo de expansão para o interior. Então quando você olha, por exemplo, o 71, todas as 15 cidades aí que compõem o DDD 71 têm cobertura 4G. Então é aquilo que eu estou falando, a gente precisa realmente ir para o interior, tem um plano importante de investimento, a meta da TIM é cobrir todas as cidades do Brasil com cobertura 4G até 2023. Então a gente tem desafios agressivos para chegar realmente nesses municípios.

E nesse plano de expansão, a expectativa é que até 2021 seja investido quanto na Bahia?

A gente não tem os dados da Bahia separados por ano, porque a gente faz o planejamento anual. Essa indústria é uma indústria de alto investimento. Cada vez mais a gente precisa aumentar a capacidade para que o cliente consiga navegar e consiga ter uma experiência boa de utilização e aumentar a cobertura. Então o projeto de cobertura é que em 2023 todas as cidades do Brasil tenham o 4G.

Além do desafio de levar a tecnologia 4G para todas as cidades do Brasil, vocês têm que começar a se preocupar com a chegada da tecnologia 5G ao Brasil. O que a população pode esperar e para quando teremos o início dessa nova tecnologia?

A indústria vem numa evolução forte, como a gente falou antes, saiu do 3G para 4G, o que possibilitou a gente passar por essa pandemia de uma forma um pouco mais confortável, com uma velocidade que permitisse a gente fazer aula online, vídeo conferência no trabalho… E o 5G vai ser um salto muito grande. Diferente do que aconteceu do 3G para o 4G, o 5G é um salto realmente muito maior. Porque ele, vou falar aqui um pouquinho de termo técnico, diminui muito a latência e aumenta muito a velocidade. Então vai proporcionar a gente ter a internet das coisas. Então vai proporcionar a gente ter a cidade conectada, vai proporcionar ter uma cirurgia onde o médico pode estar em Boston fazendo uma cirurgia em Salvador, vai proporcionar ter o carro conectado… Então realmente é uma mudança disruptiva no 5G. A gente fala aqui que até então a gente tratava do B2C, que era da empresa com o cliente. Com o 5G, a gente vai ter o B2B2C, que é trabalhar a empresa com uma outra empresa que vai prestar serviço a esse cliente. Então abre-se um horizonte muito grande com a chegada do 5G no Brasil.

Dá para ser otimista e falar em prazos, em expectativa aí da chegada da tecnologia 5G?

Bom, isso não depende da gente. Depende de algumas coisas, depende de outros atores, outras empresas. E a gente tem que aguardar quando vai ter o leilão para agente decidir como é que vai ser conduzido isso dentro da companhia.

A TIM também está fechando parcerias importantes a nível nacional. O que o mercado pode esperar para 2021?

Bom, a gente está entrando realmente em algumas parcerias estratégicas e importantes. A gente está entrando no mundo do banco digital, então a gente fechou uma parceria com o C6, a gente tem hoje 230 milhões de linhas telefônicas. Tem mais linhas telefônicas do que a população. E a gente sabe que tem uma parcela muito grande ainda desbancarizada, mas essa parcela tem hoje uma linha telefônica. Então a gente está muito atento a esses novos negócios, estão essa parceria foi uma parceria de muito sucesso. A gente já começou a ter ótimos resultados, conseguimos trazer 800 mil clientes com essa parceria para o banco. A gente tem diversos modelos de benefícios, o cliente do C6 dentro da TIM tem uma possibilidade de ter um bônus maior, enquanto que o cliente da TIM no C6 tem a possibilidade de ter um cartão sem anuidade, de ter tarifas diferenciadas para o investimento. Então a gente está muito atento a essas novas vertentes de negócio, estamos nos preparando para que a gente consiga realmente absorver e fazer novas parcerias como a gente fez com a C6 daqui para frente.

Recentemente o CEO da TIM para o Brasil, o Pietro Labriola, falou dos investimentos que estão sendo feitos, das expectativas de novos negócios, da compra da Oi ao PIX. O que os baianos, o que o mercado pode esperar sobre os novos desafios da companhia para o próximo período?

Com certeza os baianos, como eu, podem esperar grandes inovações e novidades que a TIM vai trazer. Por exemplo, a gente está atento ao PIX também, imagina a gente lá na Orla, no Farol da Barra, e com o aparelho com QR Code que vai estar lá na banca de coco comprar um coco, sem precisar desembolsar nada. Então a tecnologia realmente vem para evoluir, a gente tem oportunidade forte de agregar novos serviços e inovações para o nosso cliente. Então tem bastante novidades que vão ser implementadas nos próximos anos.

Estamos saindo da fase mais crítica da pandemia, onde o setor produtivo sofreu impactos e um processo de mudança com o fortalecimento do e-commerce. O que a TIM tem de projeto para essa fase de retomada, para tentar alavancar o mercado e aquecer o setor?

Temos um momento bem importante para acontecer agora que é a Black Friday. A gente já está preparado para ajudar e a absorver melhor esse momento. Os nossos clientes vão ter a oportunidade de ter ofertas especiais, tanto de aparelho, quanto nos nossos serviços. A gente vai ter um produto que será um hub de entretenimento, onde você vai poder escolher o que é que você agrega ao seu serviço. Então você vai poder escolher se você coloca o HBO GO, se você o Netflix, se você coloca o YouTube Premium… Então a gente vem com algumas novidades para a Black Friday, com desconto em aparelhos e inovações em nossos serviços. Então a gente já voltou a ter uma pujança um pouco maior na nossa atividade no dia a dia.
Fonte: Osvaldo Lyra JORNAL A TARDE

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