A gastronomia do Nordeste brasileiro é rica em sabores, aromas e tradições, com forte presença de ingredientes do mar e dos manguezais. Entre os protagonistas dessa culinária estão os crustáceos típicos da região, como caranguejo, camarão, sururu, maçunim e lagosta. Além disso, são os principais ingredientes em pratos que vão da comida de rua aos cardápios sofisticados, esses frutos do mar são símbolo da identidade cultural e alimentar nordestina.
Confira 4 crustáceos importantes na gastronomia e economia nordestina
Caranguejo: o rei dos mangues

O caranguejo é um dos crustáceos mais emblemáticos do Nordeste. Presente em manguezais de estados como Sergipe, Alagoas, Bahia e Maranhão, ele é geralmente servido cozido inteiro. Além disso, tem como acompanhamento a farofa, vinagrete e uma boa dose de tradição. Assim, em cidades litorâneas, o famoso “Caranguejo na Goma” ou “Caranguejada” é atração garantida nas barracas de praia. A carne, saborosa e suculenta, também é usada em patês e tortas.

Camarão: versátil e sempre presente

Outro destaque é o camarão, que se adapta a diversas receitas nordestinas. Desde a moqueca baiana até o escondidinho e o bobó de camarão, esse crustáceo é um dos mais versáteis na cozinha. Assim, produzido em larga escala em criatórios de estados como Rio Grande do Norte e Ceará, o camarão é também uma importante fonte de renda para comunidades pesqueiras e cooperativas locais.

Sururu: tradição nas lagoas e no prato

O sururu, típico das lagoas do Nordeste, como a Mundaú (em Alagoas), é um molusco que se tornou iguaria popular em feiras e restaurantes. Muito consumido cozido no leite de coco ou em caldinhos servidos como entrada, o sururu é um símbolo da culinária alagoana, sendo inclusive reconhecido como patrimônio imaterial da cultura do estado.

Maçunim: o marisco das areias

Encontrado nas áreas de mangue e bancos de areia, o maçunim é um molusco pequeno, mas de sabor marcante. Ele costuma aparecer em caldeiradas, moquecas ou na forma de “mariscadas” — pratos que reúnem diversos frutos do mar em um só preparo. Tradiconal no litoral de Alagoas, também típico da lagoa do Mundaú, o maçunim tem venda em mercados populares, com consumo crescente por turistas em busca da verdadeira comida de raiz.

Lagosta: o luxo do litoral nordestino

A lagosta, por sua vez, é o crustáceo mais nobre da lista. Muito comum no litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte, ela pode ser apreciada grelhada, assada ou em receitas mais elaboradas, como risotos e massas. Além disso, em praias turísticas como Pipa (RN) e Jericoacoara (CE), restaurantes especializados oferecem a lagosta como prato principal, atraindo visitantes do Brasil e do mundo.

Sustentabilidade e economia
Além de seu valor gastronômico, os crustáceos são importantes para a economia pesqueira artesanal e para o turismo gastronômico do Nordeste. No entanto, a pesca predatória e a exploração desordenada ameaçam esses recursos. Consequentemente, iniciativas de manejo sustentável, defeso e valorização das comunidades tradicionais vêm sendo adotadas para garantir que as futuras gerações também possam saborear essas delícias.
Sabores que contam histórias
Portanto, os crustáceos nordestinos são muito mais do que ingredientes: são herança de uma cultura com fortes ligações com o mar e os rios. Em suma, cada prato, há um pouco da história, da geografia e da alma de um povo que sabe transformar o simples em extraordinário.
Afinal, para quem visita o Nordeste, provar essas iguarias é mergulhar em um oceano de sabores autênticos, onde a tradição e a criatividade caminham lado a lado.