Salvador vem ganhando destaque no cenário nacional como um ambiente promissor para o surgimento de startups – empresas que possuem proposta de negócio inovadora e que normalmente utilizam a tecnologia como base de operação. E como forma de impulsionar ainda mais o segmento, a Prefeitura e o Sebrae firmaram, nesta segunda-feira (27), um convênio de cooperação técnica-financeira para mapear e desenvolver o ecossistema de inovação e empreendedorismo na cidade. Os detalhes foram apresentados pelo prefeito Bruno Reis, em coletiva virtual.
A iniciativa contará com investimento total de, aproximadamente, R$300 mil, sendo que 50% dos recursos serão destinados pela Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (Semit) e os demais, pelo Sebrae. Ambas as instituições coordenarão o mapeamento, a ser executado pela Fundação Certi, num prazo de conclusão de aproximadamente sete meses.
Na prática, o levantamento servirá de base para que a gestão municipal tome medidas mais assertivas para criação de novas políticas públicas e para destinação de recursos com intuito de impulsionar o mercado de empresas de tecnologia. A iniciativa também permitirá conhecer quais matrizes econômicas do ecossistema soteropolitano de startups estão mais fortes, assim como aquelas que necessitem de mais apoio para crescimento.
De acordo com o prefeito, o desejo da administração municipal é mudar a matriz econômica de Salvador, e a área de tecnologia e inovação tem sido uma das prioridades. Dentre as ações já realizadas ou em andamento estão o Hub Salvador, no Comércio; o edital para estímulo às startups, lançado em conjunto com o Sebrae; a Lei de Inovação, lançada no ano passado; e o Doca 1, pólo de economia criativa em construção, também no Comércio.
“Com este convênio, iremos mapear e apoiar as startups com projeção local e nacional. Nosso desejo é de produzir soluções. Queremos ter uma cidade inteligente e inovadora e não há outro caminho que não seja o investimento nesse setor, que pode gerar milhares de empregos”, declarou Bruno Reis.
Além disso, o mapeamento também permitirá conhecer a maturidade das startups na cidade, identificando desde empresas que estão em estágio inicial de operação até aquelas que já dispõem de produtos, serviços e aplicativos prontos, mas que precisam de suporte para testagem das ferramentas ou de financiamento. Para a execução do diagnóstico, está prevista, inclusive, a realização de entrevistas com diversos atores do ecossistema de inovação da cidade, a exemplo de empreendedores e universidades.
O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, ressaltou que o convênio é importante por possibilitar, inclusive, novas oportunidades de emprego e renda na cidade. “Esta iniciativa vem em um momento oportuno, pois muito do que está acontecendo hoje a pandemia só fez acelerar o processo. Este é o primeiro de uma série de convênios que vêm sendo realizados com a intenção de, cada vez mais, chegarmos mais próximos ao MEI (microempreendedor individual). Neste momento de tanto desemprego provocado pela Covid-19, esta é uma das ações que podem possibilitar transformar um desempregado em um MEI”, declarou.
Também estiveram presentes na ocasião a vice-prefeita Ana Paula Matos; os secretários de Tecnologia e Inovação (Semit), Samuel Araújo, e de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes; e demais gestores municipais.
Incentivos – O mapeamento de startups é mais uma ação realizada pela Prefeitura para impulsionar a geração de emprego e renda a negócios do ramo de tecnologia. Recentemente, a administração municipal lançou editais para aceleração de startups e apoio em importantes eventos de empreendedorismo.
Em 2020, a administração municipal sancionou a Lei de Inovação (9.534) que traz uma série de objetivos e diretrizes norteadoras das ações públicas no fomento à inovação. Os detalhes sobre a ação podem ser conferidos no site www.leideinovacao.semit.salvador.ba.gov.br/.
Crescimento – De acordo com levantamento realizado em 2019 pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Salvador passou a ocupar o primeiro lugar entre as cidades do Norte/Nordeste e o oitavo do Brasil em número de startups ativas – atualmente há mais de 200 em atividade.
Dois anos antes, em 2017, a capital baiana era apenas a 18ª colocada no ranking nacional, atrás de cidades como Manaus, Recife e Fortaleza, contabilizando à época 110 startups locais.
FONTE: IMPRENSA SALVADOR