Em meio às comemorações dos 476 anos de Salvador, neste sábado (29), muitos questionamentos existem sobre a primeira capital do Brasil. E uma delas é motivo de curiosidade: Por que quem nasce em Salvador é soteropolitano e não “salvadorense” ou “salvadoreano”? A explicação para essa curiosidade linguística está na origem do nome da cidade e na formação dos gentílicos.
Qual a origem do termo “Soteropolitano”?
A princípio, o termo “soteropolitano” deriva do nome histórico e oficial da cidade: São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Ao mesmo tempo, vem especificamente do termo “Soterópolis”, que significa “Cidade do Salvador” em grego. Veja a divisão etimológica:
- Sotero (Σωτήρ, Sōtḗr) = Salvador
- Polis (πόλις, pólis) = Cidade
Assim, “Soterópolis” seria uma versão erudita de “Cidade do Salvador” e “soteropolitano” se tornou o gentílico correspondente.

Comparação entre Gentílicos e suas origens
Cidade | Nome Oficial Antigo | Origem do Gentílico | Gentílico Atual |
---|---|---|---|
Salvador | São Salvador da Bahia de Todos os Santos | Do grego Soterópolis (Cidade do Salvador) | Soteropolitano |
Rio de Janeiro | São Sebastião do Rio de Janeiro | Derivado do nome Rio de Janeiro | Carioca |
Recife | Cidade Maurícia | Do tupi “Arrecife” | Recifense |
Belo Horizonte | Cidade de Minas | Formação direta do nome | Belo-horizontino |
São Paulo | São Paulo de Piratininga | Formação direta do nome | Paulistano |
Curiosidade
Dessa forma, diferente de outras capitais brasileiras, cujo formação do gentílico ocorre a partir do nome atual da cidade, Salvador ganhou um termo de raiz grega por influência da erudição da época colonial. Essa tradição linguística se manteve até os dias de hoje, tornando “soteropolitano” um dos gentílicos mais únicos do Brasil.