Entre vendas para o mercado interno e exportações, o setor alimentício no Brasil arrecadou mais de R$ 789,2 bi. Especialistas apontam as razões pelas quais esse crescimento possa ter acontecido e falam sobre as tendências para o setor nos próximos anos.
De acordo com números levantados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o ano de 2020 foi proveitoso para a indústria alimentícia brasileira, já que o setor alcançou um crescimento de 12,8%, arrecadando R$ 789,2 bilhões em vendas para o mercado interno e exportações. No total, o setor ficou responsável pela arrecadação de 10,5% do PIB nacional.
Números como esse consolidam o setor como um dos mais fortes de toda a economia brasileira. João Dornellas, presidente executivo da ABIA, explica os critérios utilizados para o planejamento: “Aqui, falamos só dos produtos que foram industrializados. São produtos que passaram pela indústria de transformação brasileira. Desse total, 75% é destinado ao mercado brasileiro e 25%, para exportação”.
O FATURAMENTO DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS EM 2020
No total, o volume de produção cresceu 1,8% em 2020 – quando comparado ao período anterior (2019). O aumento das vendas do varejo – que responderam a 16,2% do total – foi o fator que mais impulsionou esse crescimento. Enquanto isso, as vendas para o mercado externo ficaram em 11,4%.
Entre as categorias que mais se destacaram, estão os açúcares, com crescimento de 58,6%, óleos vegetais, com 21,2%, e, por fim, carnes, com crescimento de 13% em relação ao mesmo período de 2019. Enquanto isso, bebidas e derivados do trigo apresentaram queda, com um decréscimo de 8,3% e 1,9%, respectivamente.
“Atuando com agilidade e adotando com rigor todos os protocolos de segurança, o setor conseguiu aumentar sua produção e não deixou faltar comida na mesa dos brasileiros”, destaca Dornellas.
As exportações da indústria de alimentos também cresceram, alcançando 11,4% a mais do que em 2019. No total, elas movimentaram US$ 38,2 bilhões. Enquanto no ano anterior a participação das exportações no setor tiveram participação de 19,2%, em 2020, esse número subiu para 25%.
Ainda de acordo com especialistas da ABIA, o câmbio brasileiro e sua desvalorização contribuíram para os bons resultados em exportações. A indústria de alimentos também contribui bastante para a abertura de novas vagas de trabalho no Brasil. No total, ela criou 20 mil novas vagas em 2020, 1,2% a mais do que em 2019. Assim, o setor alimentício é um dos que mais gera empregos no país, com 1,68 milhões de vagas diretas.
E-COMMERCE PARA ALIMENTOS: UMA TENDÊNCIA
Pesquisa realizada em 36 países mostra que mais da metade dos brasileiros (53,4%) já utilizou a internet para comprar alimentos, enquanto 50,3% optaram por serviços de entrega de produtos por meio de plataformas on-line.
O Global Consumer Insights Survey 2020 mostra que 35% dos consumidores utilizam canais on-line para comprar comida, com a grande maioria deles (86%) afirmando que continuarão utilizando tais ferramentas mesmo após o fim das medidas de distanciamento social.
Atualmente, os consumidores podem encontrar uma grande variedade de lojas de alimentos pela internet, desde as que vendem legumes e verduras até as que fornecem comidas diferenciadas, como brownies e bolo sem cobertura.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL