Se antes o Sul do Brasil era a porta de entrada para os produtos vindos da Argentina de uma maneira geral, agora Pernambuco se torna um hub logístico para a operação. Em um acordo assinado entre o Tecon-Suape e a Agência Argentina de Investimento e Comércio Internacional, o Porto de Suape passa a absorver de forma direta o fluxo de carga do país vizinho que tenha o Nordeste como origem e destino. Além de o terminal ganhar em movimentação, de as empresas argentinas terem vantagens com reduções dos custos e incentivos fiscais, o estado também terá a vantagem de passar a recolher os tributos da nacionalização.
Com a entrada dos produtos pelo Sul do país, a chegada deles no Nordeste se dava por vias terrestres. Agora, com a assinatura do acordo, o transporte marítimo vai reduzir os custos logísticos para que as cargas desembarquem na região. “Antes, primeiro a carga descia no Sul, nacionalizava e vinha de caminhão para o Nordeste. Agora vai existir uma centralização em Suape para a distribuição no Nordeste. Uma operação estratégica, levando em consideração que em um raio de 300 km são cinco capitais e 46 milhões de consumidores ao redor”, explica Roberto Gusmão, presidente do Porto de Suape.
Com a assinatura, a operação entre o Nordeste brasileiro e a Argentina vai se tornar mais ágil, além de melhorar questões tributárias. “Ainda não é possível mensurar em quanto o acordo pode aumentar a movimentação em Suape, mas a logística será facilitada e chegada dos produtos no Nordeste não vai mais precisar do transporte terrestre. Além disso, a operação em Suape tem todas as condições com as questões tributárias, com taxas diferenciadas para centralizar essa operação”, pontua Gusmão.
O acordo de cooperação é visto como um cenário positivo tanto para Pernambuco como também para a Argentina. “Essa centralização é boa para quem está exportando, no caso a Argentina, e cria uma estruturação para que Pernambuco também possa exportar para lá de volta, com produtos como cachaça e açúcar refinado ensacado”, ressalta o presidente do Porto de Suape. Além disso, a assinatura também beneficia a arrecadação de Pernambuco. “Todo o imposto da nacionalização fica com o estado. Pernambuco sai forte e cria estrutura de interesse regional importante. Mais do que a movimentação, está em jogo a facilidade de dar ao Porto de Suape a função de ser um centro de distribuição dos produtos argentinos”, conclui o presidente do Porto de Suape.
FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO