O sol faz muito mais pelo planeta do que apenas fornecer luz durante o dia. Cada parti´cula de luz solar (chamada de fo´ton) que chega a` Terra conte´m a energia que abastece o planeta. A energia solar e´ a fonte final responsa´vel por todos os sistemas clima´ticos e fontes de energia na Terra, e radiac¸a~o solar suficiente atinge a superfi´cie do planeta a cada hora para, teoricamente, preencher as necessidades globais de energia por quase um ano inteiro.
De onde vem toda essa energia? O sol, como qualquer estrela da gala´xia, e´ como um reator nuclear massivo. Bem no centro do Sol, as reac¸o~es de fusa~o nuclear produzem grandes quantidades de energia que se irradia da superfi´cie do Sol para o espac¸o na forma de luz e calor. A energia solar pode ser aproveitada e convertida em energia utiliza´vel usando fotovoltaicos ou coletores solares te´rmicos. Embora a energia solar responda por apenas uma pequena quantidade do uso global de energia, a queda do custo de instalac¸a~o de paine´is solares significa que mais e mais pessoas em mais lugares podem tirar proveito da energia solar. A energia solar e´ um recurso de energia limpa e renova´vel e desempenha um papel importante no futuro da energia global. O Brasil, por ser um pai´s tropical onde ha´ farta incide^ncia da luz do sol o ano inteiro na maior parte do pai´s, possui naturalmente um enorme potencial para a gerac¸a~o desse tipo de energia.
A energia solar e´ uma das fontes de energia mais baratas e de crescimento mais ra´pido do mundo e continuara´ a se espalhar rapidamente nos pro´ximos anos. Com a tecnologia de painel solar melhorando a cada ano, os benefi´cios econo^micos da energia solar aumentam, aumentando as vantagens ambientais de escolher uma fonte de energia limpa e renova´vel.
“A energia solar continuou a se expandir no Brasil durante a pandemia da COVID-19 e deve contribuir para a recuperac¸a~o econo^mica apo´s a crise da sau´de”. A avaliac¸a~o e´ de Ba´rbara Rubim, vice-presidente da Associac¸a~o Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ASSOLAR), responsa´vel pela gerac¸a~o distribui´da.
Segundo dados oficiais da Age^ncia Nacional de Energia Ele´trica (ANEEL), reguladora de energia no Brasil, o potencial total era de 5.918 MW em 2 de julho de 2020, antes 4.533 MW no final de 2019. E´ uma quantidade pequena em um pai´s com capacidade total de gerac¸a~o de 172.709 MW.
No Brasil, 60,4% da energia e´ hidrele´trica, 8,7% vêm do vento, 8,4% da biomassa, 8,3% do ga´s natural, 5,1% dos derivados do petro´leo e 2,0% do carva~o. Mas a energia solar e´ a fonte de energia que mais cresce, em linha com a tende^ncia mundial, ainda de acordo com a ANEEL.
O Brasil comec¸ou tarde quando se tratou de aproveitar o enorme potencial solar em seu vasto territo´rio. O impulso inicial veio em 2012, quando o pai´s adotou regras que incentivam a gerac¸a~o distribui´da de eletricidade, tambe´m conhecida como gerac¸a~o descentralizada por se basear em muitas pequenas fontes. Isso coincidiu com a queda acentuada no custo de instalac¸a~o de paine´is solares, que teve um papel decisivo no boom dos u´ltimos anos. O pai´s ainda esta´ muito atra´s dos pai´ses que mais se destacam no desenvolvimento dessa fonte de energia, liderada pela China, que adicionou 30 mil MW no ano passado, chegando ao final de 2019 com 205,7 mil MW de energia solar, segundo a Age^ncia Internacional de Energia Renova´vel (IRENA).
“Gerar sua pro´pria eletricidade e´ um bom nego´cio: a economia na conta de luz cobre o investimento inicial em apenas alguns anos”, disse Daniel Santa Bri´gida, presidente da Ative Energia, empresa que instala usinas solares em dezenas de cidades do Nordeste do Brasil. O faturamento de sua empresa caiu 25% apo´s o ini´cio da pandemia, em abril e maio, mas subiu em junho, disse ele.
Em ni´vel nacional, Juliano Fernandes dos Santos Silva, renomado especialista em inovac¸o~es da engenharia ele´trica, disse que a maior expansa~o da energia solar se deu no setor comercial, empenhado na reduc¸a~o dos custos com energia, bem como entre os consumidores residenciais. Segundo ele, os residentes rurais e empresas tambe´m investiram fortemente nesta fonte de energia, aumentando sua capacidade de gerac¸a~o em 120 % no primeiro semestre de 2020, em comparac¸a~o com o mesmo peri´odo de 2019.
“Isso porque a energia rural ficou mais cara devido a` reduc¸a~o gradativa de um desconto que desfrutavam na tarifa de energia ele´trica. Ale´m disso, os produtores rurais tendem a buscar ‘sinergias’ para fazer um uso mais eficiente da terra”, afirmou Juliano.
Segundo sua ana´lise, a pandemia vai favorecer as fontes renova´veis, principalmente a solar, por reduzir custos, inclusive com manutenc¸a~o, e por elevar o prec¸o da eletricidade fornecida pelas distribuidoras. Os consumidores tera~o que pagar pelo menos parte da chamada “conta COVID”, um empre´stimo banca´rio feito pelo governo para ajudar a indu´stria de energia a superar as perdas sofridas em face da queda na demanda de energia devido a` pandemia.
“O empre´stimo visa a distribuir em cinco anos o aumento das tarifas de energia que, de outra forma, afetariam os consumidores de uma so´ vez. No entanto, havera´ um custo adicional que tornara´ a energia solar mais atrativa”, espera Juliano Fernandes.
Ale´m disso, as taxas de juros cai´ram durante a crise, tornando mais barato conceder o cre´dito necessa´rio para investimentos em usinas solares, que tambe´m sa~o favorecidas por uma maior sensibilidade aos problemas ambientais e clima´ticos. Segundo a ABSOLAR, a gerac¸a~o distribui´da, instalada por consumidores pro´prios, e´ a que mais cresceu no Brasil nos u´ltimos anos. No final de junho, a produc¸a~o atingiu 2.987 MW, tre^s vezes maior do que no ano anterior, e superou em 0,02 % a produc¸a~o de grandes usinas comerciais. Em 2017, a gerac¸a~o distribui´da era equivalente a apenas 17% da gerac¸a~o centralizada. Mas a expansa~o da gerac¸a~o descentralizada tem sido muito desigual em todo o pai´s.
“O Brasil tem sol em abunda^ncia o ano inteiro. Ja´ e´ hora de usar essa enorme fonte de energia a nosso favor”, conclui Juliano.
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FONTE: ASSESSORIA