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Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI) traz pitching virtual de roteiros no próximo sábado (29)

O evento retorna em 2021 em formato virtual, devido à pandemia de Covid-19. O pitching de roteiros acontece no sábado, 29 de maio, das 9h às 14h, pelo Youtube do Porto Iracema das Artes, e conta com a participação de grandes nomes do cinema.

A Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI) retorna em 2021 com o pitching de roteiros do Laboratório de Cinema. Neste ano, as apresentações acontecem de forma online, no próximo sábado, 29, de 9h às 14h, pelo Youtube da Escola, com acessibilidade em Libras. Com o tema “Seis novas histórias do Cinema Brasileiro”, serão apresentados, do Ceará, “O homem no teto”, de Davi Siqueira e Vinícius Cabral; “O último corte”, de Ana Luiza Rios e Giovanna Campos; “Vou beijar-te agora”, de Émerson Maranhão e Demitri Túlio, e “Yellowcake”, de Celina Ximenes e Larissa Estevam. Já das categorias Nordeste e Nacional, respectivamente, serão apresentados “A Estrada do Tempo”, de Fernando Serravalle; e “O Barco e o rio”, de Bernardo Ale Abinader. A tutoria dos projeto foi dos cineastas Karim Aïnouz, Armando Praça, Nina Kopko e Murilo Hauser, que também participam do evento.

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“A MOPI é um dos momentos mais importantes de todo o processo de formação dos Laboratórios de Criação. Um momento de encontro com o público. No ambiente da pandemia, a experiência foi tensionada pelos desafios do isolamento e dos riscos de vida. Os artistas responderam de forma potente, mobilizando novas sensibilidades que podem ser acessadas através da MOPI, que reúne um conjunto de projetos artísticos de extraordinária beleza e provocação”, destaca Bete Jaguaribe, diretora de formação do Instituto Dragão do Mar (IDM) e da Escola Porto Iracema.
A coordenadora do Laboratório de Cinema, Lis Paim, lembra que esta edição do Lab foi a primeira totalmente virtual, o que impôs desafios, mas em função das características do trabalho de escrita dos roteiros, geralmente um ato solitário, teve impacto menor em relação a outras linguagens artísticas. Ela destaca que, neste ano letivo, todos os projetos, em nível maior ou menor, trazem dramas familiares de fundo. “A gente percebe que a pandemia teve muita influência no estabelecimento desses temas. Há inclusive um projeto que se passa no contexto de pandemia, é um “terror pandêmico”, como a gente está chamando, que é ‘O Homem no Teto’, de Vinícius e Davi”, comenta. “Mas os outros são atravessados por esse momento em que estamos nos voltando muito para dentro de nossas casas, nossas famílias, nossas questões e esses dramas familiares acabam vindo à tona na maioria das propostas de roteiro”, complementa.

Apesar disso, a coordenadora ressalta a diversidade de gêneros cinematográficos em que as histórias são exploradas. “A gente tem filme de estrada com pai e filho, que estamos chamando de ‘filme de boleia’ porque é todo feito dentro de um caminhão; tem um que poderia ser um ‘boat movie’, que é um filme de barco, um romance dentro do Rio Amazonas; tem um melodrama gay de carnaval, o encontro de um antigo amor; um filme de terror, um thriller e também um drama familiar e investigativo de história de mãe e filha. Então, são lugares muito diferentes que conversam dentro desse grande guarda-chuva do drama familiar”, explica.

Mercado do cinema e premiações
Além de ser o primeiro momento para compartilhar com o público as histórias que os roteiristas passaram meses dedicados a escrever, o pitching do Laboratório de Cinema do Porto Iracema das Artes proporciona um primeiro contato com nomes experientes do cinema nacional e internacional, que atuam em diferentes setores da cadeia audiovisual. Este ano o júri do evento, como é chamado esse grupo de profissionais, é inteiramente feminino. Além de comentar os roteiros ao vivo, elas também vão indicar dois projetos da Escola para a Rodada de Negócios do FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre, um dos mais importantes eventos de roteiro no Brasil.
A atriz Bárbara Santos, indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020 pela interpretação de Filomena, no filme A Vida Invisível (Karim Aïnouz), é uma das quatro juradas. A roteirista e script doctor Camila Agustini, que atualmente está desenvolvendo uma série para a Amazon Prime Video no Brasil, também participará. Tereza Gonzalez, diretora sênior do ViacomCBS International Studios (VIS) e responsável por liderar a área de desenvolvimento de ficção em nível pan-regional (América Latina e Canadá), é outra presença confirmada. A quarta jurada é Victoria Castelli, diretora de desenvolvimento da Pródigo Films.
Os seis roteiros desenvolvidos no Laboratório de Cinema concorrem, ainda, ao Prêmio Incubadora Paradiso, que concede uma bolsa de R$ 30.000,00 (R$ 5.000,00 mensal por 6 meses), além de mentorias, doctoring, consultorias em desenho de audiência, incentivos para a inserção no circuito internacional e outros apoios adequados às necessidades de cada projeto. A Incubadora é uma das iniciativas do Projeto Paradiso, mantido pelo Instituto Olga Rabinovich, que visa impulsionar o crescimento profissional dos talentos do audiovisual brasileiro.

O Lab Cinema é parceiro de seleção da Incubadora Paradiso desde a primeira edição do Programa, em 2019, quando o roteiro selecionado foi “Campo Amor Rocha”, de Yuri Peixoto. Em 2020, o projeto escolhido do Cena 15 foi o “Feito Pipa”, do roteirista André Araújo. O júri do Prêmio Incubadora Paradiso deste ano ainda não foi divulgado pela instituição.

Confira as sinopses dos roteiros que serão apresentados no pitching:
A ESTRADA DO TEMPO (roteiro de longa-metragem, filme de boleia, Bahia)
Roteirista: Fernando Serravalle
Após ser jurado de morte, João, um garoto de 16 anos, foge do Centro Socioeducativo e vai ao encontro de seu pai, Roberval, cobrar a herança de sua mãe. Pouco sensibilizado com a presença do filho e negando veemente lhe dar qualquer dinheiro, Roberval ameaça denunciar sua fuga. Sem ter para onde ir, João então se esconde no caminhão do pai e segue viagem com ele sem que este saiba. Ao chegar numa fazenda isolada do interior do Nordeste, João acaba por descobrir a atividade paralela do pai: tráfico de drogas. Agora é ele quem ameaça denunciá-lo, caso Roberval não lhe dê cobertura. Sem saída, Roberval é obrigado a levar João em sua viagem pelo interior do Nordeste. Dentro do claustrofóbico caminhão abarrotado de drogas, eles não suportam a presença um do outro, mas se vêem obrigados a acertarem suas contas com o passado, diante de uma espiral de violência na estrada que os arrasta para um ciclo de mágoas e vingança.

O ÚLTIMO CORTE (roteiro de longa-metragem, drama transcendental, Ceará)
Roteiristas: Ana Luiza Rios e Giovanna Campos
Amália, uma frustrada montadora de cinema, dirige seu primeiro filme: um documentário sobre sua mãe, Margá Aragão, uma grande atriz setentona do cinema e do teatro brasileiros. Diante da pressão dos produtores para fazer algo mais comercial, as restrições impostas por Margá, que filtra o que entra ou não no filme, e o desejo de ser uma mãe mais presente para o pequeno Martim, Amália se vê perdendo sua grande chance profissional. Após a inesperada overdose acidental de Margá, que toma forma de um suicídio pela sensacionalização da mídia, Amália vive um descontrole emocional. Sob ameaças de ser substituída no projeto e tomada pela necessidade de proteger a imagem de mãe, ela então mergulha numa pesquisa mais profunda, revisitando arquivos inéditos e lembranças ocultas, onde acaba por desvendar fantasmas da vida da mãe e um segredo do seu passado capaz de destruir as suas convicções sobre família, carreira, maternidade e memória.

O BARCO E O RIO (roteiro de longa-metragem, romance amazônico, Amazonas)
Roteirista: Bernardo Ale Abinader
Vera é uma evangélica casada com o pastor Sebastião, com quem deseja ter um filho e alcançar o modelo de família tradicional cristã. Contudo, quando ela faz uma viagem pelos rios da Amazônia em seu barco para evangelizar ribeirinhos, Vera conhece Kauany, uma mulher livre e desbocada, que desperta nela um intenso e inesperado desejo. Vera então se vê em uma encruzilhada: continuar pregando a teologia da salvação que lhe dá conforto e segurança, mas reprime sua subjetividade e seus desejos, ou enfrentar seus medos e mergulhar em novas possibilidades de sentir e existir.

O HOMEM NO TETO (roteiro de longa-metragem, terror pandêmico, Ceará)
Roteiristas: Davi Siqueira e Vinícius Cabral
Na pandemia de COVID-19, Fernando é intimado pela irmã, Carol, a cuidar do avô Lúcio, debilitado pela idade e pelo Alzheimer. Ao chegar no apartamento esquisito onde ele reside, o jovem tem dificuldade de se adaptar à rotina massante que é cuidar do avô, que tem muitas variações de humor e que não para de ter conversas com um ente imaginário, chamado por ele de “Homem no Teto”. Pressionado pelas situações de perigo em que o avô se coloca, pela dificuldade de lidar com a decrepitude da doença e pelo isolamento social e mental em que se encontra, Fernando começa a sucumbir à culpa que envolve a morte de sua mãe. Obstinado em ter pelo menos algumas noites de sono sãs, o rapaz começa a perseguir os estranhos sons que vem do teto e acaba por descobrir um monstro que convive com eles. Fernando é então encurralado num labirinto de demência, culpa e loucura, onde se vê obrigado a fazer o impossível para tomar o controle da retorcida realidade que se estabelece no velho apartamento.

VOU BEIJAR-TE AGORA (roteiro de longa-metragem, melodrama carnavalesco, Ceará)
Roteiristas: Émerson Maranhão e Demitri Túlio
Durante a passagem de um bloco de Pré-Carnaval, o funcionário público aposentado Alonso, 75 anos, vê, entre os foliões, um grande amor do passado. A visão o faz partir em busca deste antigo amor, até que ele reencontra Jurandir, 74 anos. Os dois não se viam há 50 anos, desde que Alonso rejeitou um beijo roubado por Jurandir depois de um baile de Carnaval. No reencontro, a paixão proibida reacende, mas Alonso não sabe como lidar com ela. Casado com uma mulher, pai de três filhos e avô de uma neta, ele leva uma vida dupla, mantendo secretamente relações sexuais fortuitas com homens. Já Jurandir é bem resolvido com sua homossexualidade. A possibilidade de relacionamento com o antigo amado mexe com as certezas de Alonso e põe em xeque a coragem de mudar a sua vida.

YELLOWCAKE (roteiro de longa-metragem, thriller radioativo, Ceará)
Roteiristas: Celina Ximenes e Larissa Estevam
Cassandra, uma geóloga de 28 anos, retorna para Vale do Céu, seu vilarejo de origem, que não visita há anos, para realizar um trabalho. Lá se depara com a impossibilidade de visitar o terreno de uma antiga pedreira, fundamental para o trabalho, mas que ninguém sabe quem são os donos. Enquanto busca por respostas, ela tem que lidar com a descoberta do câncer de pulmão em sua avó, que nunca fumou. Intrigada com os vários casos de doenças e abortos em Vale do Céu, a geóloga investiga o solo da região e encontra indicativos de altas taxas de urânio. Preocupada com a saúde da região e cansada de não encontrar respostas, Cassandra invade a pedreira e descobre que tanto o prefeito como sua mãe estão envolvidos num esquema de tráfico de urânio. Percebendo que as instituições não colaboram com suas denúncias, Cassandra leva ao extremo sua necessidade de fazer justiça e proteger seus conterrâneos.

Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há seis anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.

Serviço
O quê: Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI) traz pitching virtual de roteiros no próximo sábado, 29
Quando: 29 de maio, sábado, das 9h às 14h
Onde: Onde: Canal do Youtube do Porto Iracema, gratuito e com acessibilidade em Libras

FONTE: SECOM CE

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