O Maranhão está se preparando para expandir a capacidade de atendimento aos navios que chegam ao Porto do Itaqui, por meio da tecnologia desenvolvida pela Petrobras e pela Universidade de São Paulo (USP) conhecida como Ship To Ship (STS), ou seja, transferência de carga de navio para navio. O governador Carlos Brandão e o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), Gilberto Lins, acompanharam um teste realizado nesta segunda-feira (12), que permitirá a implementação dessa operação no porto maranhense.
“Hoje é um momento de inovação e temos nove berços aqui no Porto do Itaqui. Com essa abordagem, podemos aumentar a capacidade de atendimento, reduzindo o número de navios aguardando na baía, o que é um custo alto para as empresas. Essa operação será um marco para o Porto do Itaqui e ficará na história do Maranhão”, declarou o governador Carlos Brandão durante o teste realizado no berço 106 do Porto do Itaqui.
Gilberto Lins, presidente da EMAP, destacou os investimentos do governo estadual na modernização e eficiência do Porto do Itaqui. Ele informou que esse modelo de transferência de carga poderá aumentar em 50% a capacidade de atendimento de navios no porto maranhense. O gestor ressaltou a importância do teste realizado, que envolveu as embarcações Flagship Violet, vindo dos EUA, e Nave Atria, vindo de Belém/PA, para a transferência de combustível.
“O simulado é de grande importância para obtermos a autorização das demais autoridades. O governo estadual já aprovou essa operação, que aumenta o fluxo de navios no porto e, consequentemente, nossa capacidade de recebê-los. Ela será autorizada pela autoridade portuária e pela Capitania dos Portos. Nossa previsão é que a primeira operação seja realizada a partir de setembro”, informou Gilberto Lins.
No procedimento atual de transferência de carga, um navio-mãe atraca em um berço do porto, enquanto um navio menor, conhecido como filhote, atraca em outro berço para realizar o transbordo, ocupando dois berços para a transferência de carga. Com a operação STS, apenas um berço é ocupado pelas duas embarcações para realizar a mesma operação, o que é possível apenas com a profundidade adequada do berço utilizado e a capacitação da equipe envolvida.
Representantes da Petrobras e da Transpetro, subsidiária da estatal brasileira, acompanharam todo o processo realizado no Porto do Itaqui. Joselito Câmara, gerente-geral de Transporte Marítimo de Logística da Petrobras, explicou que os estudos para a operação Ship To Ship foram iniciados em 2012, e São Luís estava entre os locais previstos para realizar os testes.
“Aqui em São Luís, faltava a dragagem, que foi realizada no ano passado com a participação do governador Carlos Brandão. O que estamos vendo hoje é a concretização de um estudo que a Petrobras aguardava nos últimos dez anos. Isso só foi possível graças à dragagem concluída no ano passado”, ressaltou Joselito Câmara.
Ele destacou que o porto maranhense passou por uma série de estudos, pois o normal é que os berços tenham capacidade para receber apenas uma embarcação. Por meio de uma análise de engenharia civil, foi assegurado que o berço 106 do Porto do Itaqui comportava tranquilamente duas embarcações. Joselito Câmara também enfatizou a importância de a operação ter sido desenvolvida por brasileiros.
“Esses estudos matemáticos foram desenvolvidos por brasileiros na Universidade de São Paulo, no tanque de provas numérico da USP. Isso é motivo de grande satisfação para nós, brasileiros e para a Petrobras. Temos orgulho de ter doutores e pós-doutores em Engenharia Oceânica e Mecatrônica trabalhando nesse tipo de projeto”, frisou.
Gerson Melo, gerente geral da Unidade Operacional do Norte da Transpetro, e membros da equipe técnica da EMAP também acompanharam o teste.
REDAÇÃO COM ASSESSORIA