O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu um novo passo no processo que pode abrir caminho para a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, ao aprovar nesta segunda-feira (19) o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) apresentado pela Petrobras. A aprovação diz respeito ao conceito do plano, ou seja, à sua estrutura teórica e metodológica, que foi considerada tecnicamente adequada para avançar à próxima fase do licenciamento ambiental.
Novas regiões de exploração no Brasil

A princípio, a área em questão fica na Foz do Rio Amazonas, localizada na Margem Equatorial — região que se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá, abrangendo estados do Nordeste como Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão, e avançando pela costa norte do país, incluindo o Pará e o Amapá. Aliás, trata-se de uma nova fronteira de interesse estratégico para a produção nacional de petróleo, por seu potencial ainda inexplorado e por estar fora das já conhecidas bacias do Sudeste e Sul.
Próxima etapa envolve testes práticos
Apesar da aprovação conceitual do PPAF ser um avanço importante no processo de licenciamento, ela não representa a autorização para perfuração exploratória. A liberação definitiva dependerá da realização da chamada Avaliação Pré-Operacional (APO), que consiste em vistorias e simulações práticas. Nessa etapa, o Ibama irá avaliar a viabilidade operacional do Plano de Emergência Individual proposto pela Petrobras, testando a capacidade de resposta da empresa em cenários simulados de derramamento de óleo e resgate de fauna afetada.
O cronograma da APO será definido em conjunto entre o Ibama e a Petrobras. Só após a conclusão e validação dessa fase será possível considerar a concessão de uma licença ambiental para perfuração.
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Margem Equatorial: riquezas e desafios
A Margem Equatorial é vista como uma das últimas grandes fronteiras de exploração de petróleo no Brasil. Assim, a Petrobras e o governo federal enxergam ali uma oportunidade de ampliar a produção nacional e descentralizar os polos produtores, com potencial de gerar empregos e investimentos no Norte e Nordeste.
Entretanto, a proposta enfrenta resistência de ambientalistas, povos originários e especialistas, que apontam riscos à biodiversidade da região, considerada extremamente sensível por abrigar o bioma amazônico marinho, e pela proximidade com territórios indígenas e áreas de proteção ambiental.
Dessa maneira, a liberação recente reacende o debate sobre o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, segurança ambiental e justiça climática, especialmente em regiões que historicamente enfrentam desigualdades estruturais, como o Norte e o Nordeste brasileiros.
Estados nordestinos incluídos na Margem Equatorial:
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Rio Grande do Norte
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Ceará
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Maranhão
Esses estados estão entre os que podem ser direta ou indiretamente impactados — positivamente, com novos investimentos, ou negativamente, em caso de acidentes ambientais.
Portanto, o avanço do processo será acompanhado com atenção por setores econômicos, sociais e ambientais, à medida que o Brasil busca definir seu papel no futuro da energia global e na transição energética.
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