Atividade está sendo retomada no Rio Grande do Norte por empresas privadas, após política de desinvestimento da Petrobras
Com um discurso em defesa da ciência e das novas tecnologias e saudando a retomada da economia após uma árdua luta contra a covid-19, a governadora Fátima Bezerra abriu nesta quinta-feira (25) em Mossoró, a 6ª edição do Fórum Onshore Potiguar, iniciativa da Redepetro/RN e do Sebrae/RN, com apoio da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (ABPIP), da Potigás e das empresas privadas do setor de petróleo e gás.
“O Rio Grande do Norte será o primeiro Estado da Federação a colocar em prática o programa do Ministério das Minas e Energias sobre o novo mercado do gás. Para que isso acontecesse, foi preciso o governo agir. E agiu com o perfil técnico que tem, mas com sensibilidade social”, disse a governadora, que estava em companhia do vice-governador Antenor Roberto; do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado; da presidente da Companhia Potiguar de Gás (Potigás), Larissa Dantas e do diretor geral do Idema, Leonlene Aguiar.
Fátima lembrou que o RN vive um novo momento no segmento de exploração de petróleo e gás, com a chegada das empresas privadas, retomando a atividade, após a saída da Petrobras. “Nosso governo é parceiro, trabalha para isso, de portas abertas como deve ser, diálogo franco sem demagogia, com responsabilidade, sensatez, transparência e compromisso.”
Sobre a retomada da economia, a governadora citou a “agenda virtuosa” dos últimos 15 dias, que começou com a instalação de uma fábrica de cimento entre Mossoró e Assu, o sucesso da Festa do Boi, a Feira Internacional da Fruticultura e o fórum do petróleo, que sinalizam a abertura de novos postos de trabalho. “Fiquei emocionada quando ouvi a senhora Rosilene dizer que aquilo parecia um sonho, que nunca havia passado pela sua cabeça a chegada daquele investimento, num deserto daquele, gerando inicialmente mil empregos na fase de instalação e 350 com carteira assinada quando começar a funcionar. Isso é fantástico”, relatou Fátima
Benefícios
A cadeia do petróleo foi responsável por mais de 50% do PIB industrial do Rio Grande do Norte nos tempos em que a produção superava os 100 mil barris/dia. O presidente da Redepetro/RN, Gutemberg Dias, estima que o petróleo tem atualmente um peso de 13% na formação do Produto Interno Bruto do RN, mas a tendência é que essa participação aumente com a entrada em operação de novos campos.
O setor não tem dados concretos sobre empregos neste período de retomada das atividades no RN. No entanto, a ABPIP, a associação dos produtores independentes, estima que são 20 mil diretos e indiretos.
Para a presidente da Potigás, Larissa Dantas, o contrato assinado com a Potiguar E&P – que passa a vigorar a partir de janeiro/22 – trará benefícios para o consumidor final, com o barateamento do preço do produto, e abertura de oportunidades para a indústria. “Provavelmente teremos a menor tarifa de gás do Brasil e isso é importante para atrair investimentos para o Estado, especialmente do setor ceramista.”
No período em que esteve instalado em Mossoró, no final de setembro/21, o Governo do RN, através da Potigás, formalizou contrato para obtenção de gás natural produzido pela Potiguar E&P, subsidiária da PetroRenconcavo, no antigo Polo Riacho da Forquilha, adquirido há dois anos por cerca de R$ 300 milhões. Primeiro desse tipo no Brasil, o contrato assegura uma redução de até 35% no valor da molécula do gás em relação ao praticado atualmente pela Petrobrás. Outro aspecto importante: o preço não será atrelado à cotação do petróleo no mercado internacional.
Durante o evento, a governadora sancionou a Lei 11.025, de 24 de novembro de 2021, iniciativa da deputada Isolda Dantas, que reconhece Mossoró como a Capital do Onshore no Estado do Rio Grande do Norte. “É um ato de reconhecimento da importância que Mossoró tem para a história da atividade do petróleo e gás não só no Rio Grande do Norte, mas no Brasil”, saudou a governadora.
Também participaram da abertura do fórum o prefeito de Mossoró, Alyson Bezerra, empresários do setor e técnicos do Governo.
FONTE: SECOM RN