Estados do Nordeste podem renegociar dívidas com descontos

Cidade de Miguel Leão, no Piauí
Cidade de Miguel Leão, no Piauí. Foto: Câmara Municipal

A partir desta terça-feira (15), os estados do Nordeste têm a oportunidade de reorganizar suas contas públicas. Istoi  com a adesão ao Propag – Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados. A nova política de renegociação oferece descontos em juros e parcelamento das dívidas por até 30 anos, dando um novo fôlego fiscal às unidades da Federação.

A adesão ao programa pode ocorrer até o dia 31 de dezembro de 2025.

O que é o Propag?

Sancionado no início de 2025 e agora regulamentado, o Propag foi criado para facilitar o pagamento das dívidas estaduais com a União. Em troca da adesão, os estados devem aportar recursos no Fundo de Equalização Federativa (FEF), que distribuirá valores também para estados que não têm débitos com a União — especialmente para investimento em áreas como educação, segurança, saneamento e infraestrutura.

Como funciona?

Confira os principais pontos do programa:

ItemDetalhes
Prazo de adesãoAté 31 de dezembro de 2025
Administração do FEFBanco do Brasil
Financiamento da dívidaEm até 30 anos
DescontosRedução de juros sobre o saldo devedor
Amortização com ativosAté 20% do saldo devedor pode ser pago com estatais, imóveis, royalties e outros créditos
Divisão do FEF20% pelo inverso da dívida (quem deve menos recebe mais); 80% conforme regras do FPE
Possibilidade de novos investimentosAté R$ 20 bilhões por ano, sem afetar o resultado primário dos estados
Redução do limite de créditoEstados terão acesso mais limitado a novos empréstimos

Impacto para os cofres públicos

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o programa não afetará o resultado primário da União. Isso significa que as metas fiscais continuam preservadas. A princípio, a previsão é de que o governo federal deixe de receber entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões por ano em juros das dívidas estaduais.

Renegociação de dívidas.
O Propag é um programa de renegociação de dívidas.

O impacto sobre a dívida pública líquida da União vai depender do número de estados que aderirem ao programa e de como pretendem amortizar suas dívidas. A projeção mais pessimista estima um aumento de até R$ 105,9 bilhões na dívida pública federal entre 2025 e 2029. Já no cenário mais otimista, a União pode arrecadar até R$ 5,5 bilhões no mesmo período, caso os estados repassem ativos significativos.

O que esperar?

Assim, o Propag abre uma janela importante para reorganização fiscal dos estados. E isso gera potencial para gerar investimentos públicos mais consistentes, especialmente em áreas sociais e de infraestrutura. No entanto, sua eficácia dependerá da adesão dos estados. Além disso, da capacidade de articulação entre os governos federal e estaduais para manter os vetos e garantir a sustentabilidade fiscal do país.

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