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Entenda porque o milho é a base da culinária do São João do Nordeste

A celebração de São João é sinônimo de fartura, mesa cheia e pratos riquíssimos, sendo muitos deles à base de milho, amendoim e mandioca. Segundo o Chef Uelcimar, o nascimento do cardápio festivo está ligado às questões socioeconômicas do Nordeste.

“Os produtos típicos dessa época, como o milho, o amendoim e a mandioca, que são os mais característicos, são produtos de fácil cultivo. Então, em todo vilarejo, toda cidadezinha no interior, as pessoas tinham, a princípio, o hábito de plantar para o próprio consumo. Eram sementes baratas e que não necessitavam de um grande manejo na terra para se produzir. O nosso hábito com relação a esses alimentos vêm dessa facilidade e da necessidade de sobrevivência de alimentação”, afirmou o instrutor.

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Para aqueles que não possuíam terras para cultivar estes itens, os excessos das plantações fizeram com que feiras começassem a acontecer. A partir daí, começa todo o aproveitamento visto na culinária junina.

Além dos produtos nordestinos, outro protagonista é o coco. “A gente tem também uma contribuição europeia muito forte, para a gente, os portugueses, e na América de forma geral, os espanhóis, trouxeram o coco. Um elemento que não é nativo nosso, mas hoje é uma referência que passou a fazer parte da nossa cultura, seja na cozinha quente ou principalmente no São João”, pontuou Uelcimar.

Comidas típicas de São João no Nordeste

Quando o assunto é o principal festejo de junho do Nordeste, o arraiá raiz vem logo à mente: casas interioranas enfeitadas, estampas coloridas por todos lados, panelas fartas e muitas bebidas. O encontro ao redor da fogueira certamente contará com a presença dos tradicionais ingredientes. Os elementos são os mesmos em toda a região: à base de milho, do amendoim e da macaxeira.

Vai preparar os quitutes juninos? Anote alguns dos principais pratos para o São João no Nordeste:

Milho cozido
Amendoim
Canjica
Cuscuz
Pamonha
Munguzá
Bolo de milho
Bolo de aipim
Pé de moleque
Paçoca

Graças à diversidade cultural de cada região, a mesma comida pode ser chamada de diferentes formas, como é o caso do bolo feito de macaxeira em Pernambuco. Com características diferenciadas comparadas à receita baiana, o alimento leva o nome de uma família do estado, “Bolo Souza Leão”. Sem falar que na Bahia se fala aipim.

De mesmíssimo preparo, a conhecida “canjica”, na Bahia, pode ser encontrada como “curau de milho”, em outros estados nordestinos. A receita cremosa leva milho e costuma ser servida com uma colherzinha de canela em pó.

Um elemento que vira e mexe causa uma certa confusão na cabeça dos brasileiros, devido ao nome, é o “mungunzá”. Em grande parte do Nordeste, o nome dado ao prato nada mais é do que o mingau de milho-branco. Todavia, alguns lugares da região chamam o mesmo passo a passo de “canjica” – assim como acontece no Sul e Sudeste do país. Outra peculiaridade deste prato é que em algumas localidades sua receita é doce e em outros locais é salgada.

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