Hoje, 13 de setembro, é o Dia Nacional da Cachaça, uma data que homenageia a bebida que representa a cultura e a história do Brasil, especialmente do Nordeste. A cachaça é uma bebida destilada feita a partir do caldo fermentado da cana-de-açúcar, que foi introduzida no país pelos colonizadores portugueses no século XVI.
A cachaça é considerada a primeira bebida destilada das Américas, antecedendo a tequila, o rum e o bourbon. Ela foi criada por negros escravizados nas fazendas de cana e nos engenhos de açúcar, que aproveitavam o caldo que sobrava da produção do açúcar para fazer uma bebida alcoólica. A cachaça era consumida pelos próprios escravos e pela população de baixa renda, sendo vista com desprezo pela elite colonial.
A cachaça já foi proibida no Brasil
No século XVII, a corte portuguesa proibiu a produção e a venda da cachaça no Brasil, temendo a concorrência com a bagaceira, uma bebida destilada feita de uva. Essa medida gerou a Revolta da Cachaça, um movimento liderado pelos produtores brasileiros que se opunham à restrição. Foi somente em 13 de setembro de 1661 que a rainha Luísa de Gusmão liberou a produção e a comercialização da cachaça no Brasil.
A partir daí, a cachaça ganhou popularidade e prestígio, sendo apreciada por diferentes classes sociais e regiões do país. A cachaça também se tornou um símbolo de resistência e identidade nacional, sendo usada como moeda de troca e como elemento de integração cultural.
Nordeste é berço da cachaça
O Nordeste é uma das regiões que mais produz e consome cachaça no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), existem cerca de 40 mil produtores de cachaça no país, sendo que 30% estão no Nordeste. Os principais estados produtores são Pernambuco, Ceará, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia.
A cachaça nordestina se destaca pela diversidade de sabores, aromas e cores, que variam de acordo com o tipo de cana, o processo de fermentação, o alambique usado na destilação e o tempo e o tipo de madeira usados no envelhecimento. Há cachaças brancas, amarelas, douradas e avermelhadas; há cachaças suaves, secas, adocicadas e ácidas; há cachaças com notas frutadas, florais, herbais e amadeiradas.
Além disso, a cachaça nordestina é valorizada pela sua tradição e pela sua qualidade. Muitos produtores seguem métodos artesanais e familiares, respeitando as normas sanitárias e ambientais. Alguns produtores também investem em inovação tecnológica e em certificação de origem e qualidade. A cachaça nordestina já conquistou prêmios nacionais e internacionais, além de ser exportada para vários países.
A cachaça está presente na vida dos nordestinos
A cachaça nordestina é parte integrante da gastronomia e da cultura da região. Ela é usada como ingrediente em diversos pratos típicos, como o baião-de-dois, o sarapatel, o escondidinho e o pudim de tapioca. Ela também é consumida pura ou em drinks famosos, como a caipirinha, o quentão e a batida.
A bebida também está presente nas festas populares e nas manifestações artísticas da região. Ela é servida nas festas juninas, nos carnavais, nos forrós e nos bares. Ela também é cantada por diversos artistas nordestinos, como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Zé Ramalho e Elba Ramalho.
Celebrar a cachaça é celebrar a cultura
Por tudo isso, celebrar o Dia da Cachaça é celebrar a cultura e a história do Nordeste, uma região rica em diversidade, tradição e qualidade. A cachaça é uma bebida que expressa a alma e a identidade do povo nordestino, que sabe apreciar e valorizar o seu produto. Como diz o ditado popular: “Cachaça não é água não”.