Grandes responsáveis pela criação de empregos no Brasil, as micro e pequenas empresas responderam por 68,5% das vagas abertas no país em fevereiro. De acordo com levantamento do Sebrae com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia, o índice corresponde a pouco mais de 275 mil postos de trabalho, mais do que o dobro das oportunidades geradas pelas companhias de médio e grande porte, que ficaram em 101,8 mil.
No entanto, com o novo período de restrições causadas pelo novo pico de casos de covid-19, os pequenos negócios assistem à queda do faturamento e acendem o alerta para demissões e falências. Não por acaso, a confiança dos empreendedores despencou em março, atingindo índices iguais aos da crise de 2014, segundo dados do estudo Sondagem Econômica MPE, realizado pelo Sebrae em parceria com a FGV.
Nesse cenário, os micro e pequenos empresários, que tendem a enfrentar mais obstáculos para obter crédito, podem tirar proveito de um mercado mais amplo de opções e buscar alternativas para um crédito mais barato e mais afinado às suas necessidades, aponta Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital – ABCD.
“Uma dica interessante para este momento é pesquisar produtos e serviços com condições mais vantajosas para os pequenos negócios. As fintechs de crédito, por exemplo, oferecem linhas de crédito diferenciadas, como capital de giro sem garantia reais e empréstimo com garantia de imóvel”, detalha Pereira, que lista mais algumas sugestões para enfrentar essa fase.
1 – Buscar melhores opções de crédito: a combinação de digitalização e inovação potencializadas na pandemia criou novos produtos e serviços que movimentam o mercado de crédito, com uma série de opções em condições especiais para os pequenos empreendedores. As fintechs de crédito oferecem modalidades como crédito com garantia de imóvel ou veículo e capital de giro sem garantias reais. Para além disso, fazem uma análise de crédito que enxerga os clientes de forma diferente, graças a uma análise mais individualizada de cada perfil, o que tende a facilitar o acesso dos pequenos empresários aos recursos.
2 – Potencializar a gestão financeira: como a imprevisibilidade tornou-se a ordem do dia, é importante estar atento às contas em aberto, datas de pagamentos, o quanto de juros está embutido nos débitos e ainda imaginar diferentes cenários para evitar surpresas desagradáveis no futuro.
3 – Renegociar: o diálogo aberto e direto com fornecedores pode ser imprescindível para ajustar as contas, manter e até fortalecer as relações comerciais.
4 – Aumentar a presença digital: em tempos de isolamento social e restrições de abertura dos estabelecimentos, estar presente digitalmente é primordial. Se antes posts e contatos via rede social bastavam, hoje vale investir em uma comunicação mais próxima com o cliente, estreitando o relacionamento para solidificar o propósito da empresa.
5 – Gerenciar o estresse: com mais de um ano de duração, a pandemia segue criando um ambiente de incertezas. No entanto, é preciso ficar atento para que o estresse não acabe resultando em problemas de saúde e ansiedade, que vão complicar ainda mais o cenário. Apostar no autoconhecimento e em uma rotina voltada ao bem-estar, com momentos dedicados exclusivamente ao descanso e ao lazer, podem fazer a diferença no gerenciamento dos negócios.
Na avaliação do presidente da ABCD, levando em consideração esses cuidados, as PMEs podem atravessar esse período, ainda de incertezas, com mais tranquilidade.
FONTE: ASSESSORIA