A Onça Caetana já começou a bater suas asas magníficas com destino ao Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), em Campina Grande. A figura presente em mitos sertanejos e na obra do grande mestre Ariano Suassuna vai receber o público na Mostra Movimento Armorial 50, que conta com uma grande exposição, encontros musicais e rodas de conversas. Tudo isso com acesso totalmente gratuito, no período de 18 de maio a 20 de agosto de 2023.
A alegoria cenográfica da imponente Onça – com quase quatro metros de comprimento – é só uma das muitas surpresas preparadas especialmente para o evento, ainda inédito no Nordeste, mas que já encantou mais de 250 mil pessoas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A Onça, que passeou por todas essas cidades, foi confeccionada em Belo Horizonte pelo artista bonequeiro, Agnaldo Pinho.
A exposição – que abre o ciclo de eventos da Mostra, no dia 18 de maio – conta a história desse importante movimento que nasceu em Recife, em 1970, sob o comando do professor, escritor, pintor e dramaturgo Ariano Suassuna (1927-2014). O objetivo era ousado, mas bem ao estilo desafiador e provocante do seu mentor: fazer surgir uma arte erudita a partir das mais autênticas e tradicionais manifestações artístico-culturais populares do Nordeste e de outras regiões do país.
Com patrocínio do Ministério da Cultura e Petrobras, idealização e coordenação da produtora Regina Rosa de Godoy, curadoria de Denise Mattar, consultoria de Manuel Dantas Suassuna e Carlos Newton Júnior, a exposição conduzirá o público a uma viagem única, lúdica e inspiradora pelas três galerias do MAPP. A exposição Armorial 50 celebra os 10 anos do MAPP (ou Museu dos Três Pandeiros, como é mais conhecido), que também tem um simbolismo importante: é a última obra do famoso arquiteto Oscar Niemeyer no Nordeste, tendo sido inaugurado oito dias depois da morte dele, em dezembro de 2012.
O visitante poderá conferir 140 obras de artistas importantes para a arte Armorial, como o próprio Ariano, Miguel dos Santos, Francisco Brennand, Gilvan Samico, Aluísio Braga, Zélia Suassuna e Lourdes Magalhães. A maior parte das obras pertence a colecionadores particulares e a instituições – como a Universidade Federal de Pernambuco, o Museu da Arte Moderna Aluísio Magalhães e a Oficina Brennand – e nunca haviam saído do Recife. Para a etapa Campina Grande, a exposição trará mais uma novidade: a coleção de cordéis do acervo do MAPP.