Em reunião coordenada pelo Mapa, Cecafé convida compradores sauditas a conhecerem a heterogeneidade do parque cafeeiro e as várias qualidades de bebida produzidas pelo país
Os países árabes vêm demonstrando crescente interesse pelos cafés do Brasil e, no acumulado de janeiro a maio de 2021, adquiriram o equivalente a 776.793 sacas de 60 kg, volume que rendeu uma receita cambial de US$ 81,8 milhões e correspondeu a um aumento de 20,8% na comparação com as importações realizadas nos cinco primeiros meses de 2020, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Atenta a esse cenário, a entidade permanece em constante contato com o Governo Federal e players do Oriente Médio com o objetivo de ampliar o comércio com as nações árabes, que atualmente respondem por cerca de 5% das exportações brasileiras de café. Nesta terça-feira, 22 de junho, o Cecafé participou de reunião virtual organizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com importadores da Arábia Saudita, Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e outros agentes da cadeia produtiva do país.
No encontro, os representantes sauditas revelaram que o consumo da bebida tem crescido entre os jovens e, sobretudo com a pandemia de Covid-19, eles vêm consumindo o produto de formas diferentes, como espresso e prensa francesa, e demonstrado interesse em informações de toda a cadeia, da produção ao produto final. Acompanhando essa onda, vem crescendo o número de cafeterias nas principais cidades da Arábia Saudita.
Entretanto, revelaram que a maior parte do consumo de café no país diverge das formas convencionais do Brasil. Na nação asiática, eles torram pouco o grão, deixando-o com uma tonalidade amarelada, e depois adicionam cardamomo no momento de beber, com gosto bem diferente do que os brasileiros estão acostumados.
Os compradores sauditas revelaram, ainda, que o principal fornecedor ao país é a Etiópia, que, segundo eles, produz um café mais frutado e com notas de chocolate, mais adaptado às preferências locais. Contudo, expuseram que veem com bons olhos o produto do Brasil, que consideram como top 1 quando se pensa nas novas formas de consumo (espresso e prensa francesa) e que estão abertos a conhecer a diversidade do café nacional.
Diante desse cenário, o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, falou sobre o grande desafio de apresentar toda a diversidade e o potencial do Brasil, com suas muitas qualidades inexploradas e talvez ainda não vistas ou conhecidas em algumas regiões do mundo, as quais podem surpreender no momento da degustação.
“Temos o desafio de apresentar a diversidade dos cafés brasileiros, que aceitamos de bom grado, da mesma forma que temos o interesse em aprender mais sobre o mercado da Arábia Saudita, como no caso da importância do produto em pequenas embalagens para redes de cafeterias locais e, também, aproveitar esse aprendizado com os importadores sauditas para trabalhar um bom marketing, com base nas orientações deles”, pontua Rueda.
Também presente na reunião virtual, o diretor geral do Cecafé, Marcos Matos, convidou os representantes dos importadores ao cinturão cafeeiro do Brasil, em visita acompanhada nas regiões produtoras, para os colocar em contato com a realidade da sustentabilidade e da qualidade dos cafés nacionais.
A ideia inicial é trazê-los ao país na próxima safra, quando se espera que o cenário sanitário, em relação à Covid-19, esteja melhor e permita os deslocamentos internacionais. A diretora da BSCA, Vanusia Nogueira, reforçou o convite e colocou a Associação à disposição para contribuir na organização da “origin trip”.
A reunião virtual foi conduzida pelo adido agrícola do Brasil em Riade, Marcel Moreira Pinto, com suporte da coordenadora de Imagem e Cultura Exportadora do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR/Mapa), Carolina Eufêmia Aquino de Sá, e contou com a participação dos importadores Hussain Al Musa e Emad Almasri, além de Cecafé, BSCA e empresas associadas.
Fonte: Cecafé
Foto: Regina Waddington