A Paraíba apresentou uma redução no percentual de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos vivendo em situação de pobreza multidimensional. Em 2019, o índice era de 73,7%, e em 2023, caiu para 72,5%. Em âmbito nacional, o percentual diminuiu de 59,5% para 55,9% no mesmo período. O levantamento faz parte da nova edição do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil – 2017 a 2023, divulgado pelo UNICEF nesta quinta-feira (16).
UNICEF estuda desigualdades significativas
A análise, baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), mensura sete dimensões fundamentais: renda, educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil. A redução foi impulsionada por fatores como o aumento da renda – com destaque para a ampliação do programa Bolsa Família – e melhorias no acesso à informação.
Dados da Paraíba e do Brasil (2023)
Dimensão | Paraíba (%) | Brasil (%) |
---|---|---|
Educação | 10,7 | 7,7 |
Informação | 4,4 | 3,5 |
Trabalho infantil | 3,1 | 3,4 |
Moradia adequada | 5,8 | 11,2 |
Água adequada | 13,4 | 5,4 |
Saneamento | 57,8 | 38 |
Renda | 32,1 | 19,1 |
A Paraíba registrou avanços, mas ainda enfrenta desafios, principalmente no acesso a saneamento, com 57,8% das crianças e adolescentes sem condições adequadas.
Disparidades Raciais e Geográficas
O estudo também revela desigualdades significativas. Crianças negras enfrentam níveis mais altos de pobreza multidimensional: 63,6%, contra 45,2% entre crianças brancas. Em áreas rurais, as privações alcançam 95,3% em 2023, enquanto nas áreas urbanas a taxa é de 48,5%.
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O que significa pobreza multidimensional?
A pobreza multidimensional vai além do modelo tradicional que se baseia exclusivamente na renda monetária para avaliar o grau de privação das pessoas. Essa abordagem ampliada considera diversos tipos de carências, abrangendo aspectos sociais, econômicos e políticos que impactam a vida dos indivíduos.
Recomendações do UNICEF
O UNICEF defende que a pobreza infantil multidimensional seja incorporada como estatística oficial no Brasil, fundamentando políticas públicas integradas que priorizem os direitos de crianças e adolescentes. A entidade também destaca iniciativas como a Agenda Transversal Criança e Adolescente do PPA federal como passos positivos.
Ações focadas na redução das disparidades regionais e raciais são consideradas fundamentais para promover maior equidade e garantir o pleno acesso aos direitos das crianças em todo o país.
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